quarta-feira, maio 15, 2024

 

4ª feira da 7ª semana da Páscoa, Semana da Vida

 



Agora entrego-vos a Deus e à palavra da sua 

graça, que tem o poder de construir o edifício e 

conceder a herança a todos os santificados. (Cf. At 20, 28-38)

 

A oração é entregar-nos a Deus e n’Ele colocar a nossa esperança,

seja como simples fiéis, seja como responsáveis da Igreja.

Todos, animados pelo Espírito Santo e guiados pela Palavra da graça,

vamos caminhando na verdade e na unidade,

prosseguindo a missão redentora de Deus

e construindo o edifício espiritual da Igreja,

como sacramento de salvação e de purificação do pecado.

A própria Igreja deve estar vigilante para que não se deixe corromper,

nem tornar sal insonso que não conserva nem dá sabor!

 

A Igreja é santa e pecadora, como os seus membros.

Fomos resgatados pelo próprio sangue de Jesus

para sermos pedras vivas do seu Templo

e, santificados pelo Espírito Santo,

sermos um testemunho de unidade na diversidade,

de verdade que brilha no meio da mentira e da confusão,

de amor que une o Céu e a terra, num abraço de paz.

Mas se a Igreja se acomoda aos valores da sociedade

e adormece sentada em cadeirões de poder

corre o risco de ser pedra de escândalo e tropeço,

para os que buscam a salvação com cegueira e sinceridade.

 

Bom Deus, nas tuas mãos misericordiosas de Pai

entregamos as nossas vidas, os nossos projetos, os nossos sonhos.

Bendito sejas, por Jesus teu Filho e nosso redentor,

que se deu totalmente até à cruz, para a todos nos salvar.

Bendito sejas, pelo Espírito Santo, que aceitou viver em nós,

pedra rebelde que nos custa ocupar o nosso lugar

e a conservar a nossa santidade, na comunhão e na verdade.

Dá-nos o dom do discernimento e da fidelidade,

para que resistamos às tentações da divisão e do erro

que obscurece o testemunho da Igreja, pelo peso do pecado.



terça-feira, maio 14, 2024

 

3ª feira da 7ª semana da Páscoa, S. Matias, Semana da Vida

 



Senhor, que conheceis o coração de todos os 

homens, indicai-nos qual destes dois escolhestes. (cf. At 1,15-17.20-26)

 

A Igreja é feita de pedras vivas, escolhidas pelo Senhor,

para continuar a sua missão e dar testemunho da ressurreição.

Se alguém faz parte deste templo e depois se separa dele,

ou atenta contra ele, o Senhor escolhe outro para o seu lugar.

Foi o que aconteceu com a traição e morte de Judas

e a eleição de um substituto para completar os Doze Apóstolos.

A eleição não é uma sorte do destino nem uma escolha de maiorias,

mas um discernimento comunitário acerca de quem Deus escolheu.

É o mistério da vocação onde todos buscam acertar o passo com Jesus.

 

A Igreja é um templo vivo e dinâmico, animado pela graça

e perturbado pelo pecado, mas que tem em Deus o arquiteto,

o pedreiro, o restaurador e reparador de brechas.

A fidelidade do Senhor tem sempre um plano B,

para que o seu Templo não caia e a sua missão continue.

Quando uma pedra dum templo não é reposto,

fica um buraco e o templo vai ficando fraco

e pode cair por falta de resposta de quem é chamado

a sustentar a comunidade de fé com o seu compromisso e empenho.

É parecido a um convento que fechou e lhe foram retirando pedras,

que hoje estão espalhadas por diversos muros e casas da terra.

 

Bendito sejas Jesus, Pedra Angular da Igreja,

Templo do Ressuscitado a convidar para a salvação,

faz de nós pedras vivas que sabem e aceitam ocupar o seu lugar.

Enche-nos com a mesma compaixão e fidelidade,

que não busca lugares ou ministérios vistosos,

mas discerne e aceita o lugar

e o serviço que Deus escolheu para nós,

com a alegria de ser amigo de Jesus e seu enviado.

S. Matias, discípulo que soube esperar a sua hora

e aceitar o seu chamamento para ocupar o lugar de Judas

e contribuir para que o Templo de Jesus

continue a ser sacramento de vida e de salvação

em todos os tempos e lugares, intercede por nós!



segunda-feira, maio 13, 2024

 

2ª feira da 7ª semana da Páscoa, Virgem santa Maria do Rosário de Fátima, Semana da Vida

 



Apareceu no Céu um sinal grandioso: uma mulher 

revestida de sol. (cf. Ap 11,19a. 12,1-6a.10ab)

 

A vida está feita de sinais, uns cheiram a Céu, outros a inferno.

Cheiram a Céu, porque a criação nasceu do amor de Deus.

Cheiram a mal, porque o pecado nasceu da desobediência

e gera medo e violência, tomando a figura de dragão que devora.

E Deus envia a Mãe da consolação como sinal do Céu,

num momento em que a guerra desolava a terra,

desafiando a fragilidade de três crianças

a anunciar ao mundo a conversão e reparação da paz,

animados pela luz que esta Senhora, mais brilhante que o Sol nos traz.

Ela nos recorda que esta luz é Jesus, seu Filho!

 

Vivemos tempos onde a imagem e a palavra nos falam de guerra.

Muitos dos peregrinos que se dirigem a Fátima a pé,

vêm rezando o terço pela paz, cadenciado pelos passos doloridos.

Todos precisamos de uma verdadeira conversão:

os que usam o poder para fazer a guerra e destruir,

os que usam a inteligência e o saber para inventar novas armas,

os que fabricam armas e vivem deste negócio de morte,

os que partem para a guerra, voluntária ou involuntariamente,

os que alimentam a guerra com as armas da notícia e do comentário,

os que se alegram com a morte e as lágrimas do inimigo…

O povo que se aglomera na Cova da Iria é um sinal grandioso

que com suas velas acesas e prece uníssona, sob o manto de Maria,

aquecem a esperança e acreditam na vida e na paz.

 

Bom Jesus, que vieste para trazer a paz e a salvação à terra,

abri os nossos corações ao teu Evangelho

para que a alegria e o sentido criem raízes em nós.

Ajuda-nos, Senhor, a acolher a tua Palavra e a pô-la em prática,

para que descubramos a felicidade de Maria

e a fecundidade do testemunho profético e missionário.

Obrigado, por nos enviares Maria, tua e nossa Mãe,

a despertar-nos para a fé e o seguimento do Evangelho,

a reparar este mundo envelhecido pelo cansaço da guerra

e pela ambição de possuir, usufruir e consumir.

Faz de nós teus pastorinhos, humildes e convertidos,

pela luz que das tuas mãos irradia

e nos faz perceber a beleza da Igreja, diversa e em prece de paz.



domingo, maio 12, 2024

 

7º Domingo da Páscoa, Ascensão do Senhor, Dia Mundial dos Meios da Comunicação Social

 



Pô-l’O acima de todas as coisas como Cabeça de 

toda a Igreja, que é o seu Corpo. (cf. Ef 1,17-23)

 

A Jesus que se humilhou e encarnou

como Servo confiante a amoroso,

que dá a vida para que todos tenham vida,

o Pai O exaltou acima de toda a criatura

como Senhor, Juiz e Salvador de toda a criação.

Como Cabeça da Igreja e nós como seus membros,

já estamos todos, em esperança, com Jesus no Céu.

O mistério da Ascensão do Senhor

revela o mistério da Páscoa do Senhor

e o mistério da Igreja, Corpo de Cristo!

 

A Igreja tem uma dimensão social,

como qualquer sociedade, com ritos de integração,

regras de convivência, objetivos, avaliações, comunicação…

No entanto, a Igreja não é apenas uma sociedade humana,

igual a qualquer uma outra, embora com fins espirituais e

e de solidariedade social, e sem fins lucrativos.

Pelo Batismo, somos assumidos por Cristo,

como membros do seu Corpo e animados pelo seu Espírito.

O poder de decisão e de orientação não é democrático nem da maioria,

mas vem da Cabeça da Igreja que é Jesus

e do Coração da Igreja que é o Espírito Santo.

Somos cidadãos deste mundo como Jesus encarnado,

sabendo que a nossa meta é o Céu,

como Jesus nossa Cabeça, serva e gloriosa!

 

Bendito sejas, Senhor Jesus, Cabeça do nosso corpo,

que nos chamas a dar-te a nossa boca, as nossas mãos e os nossos pés

para continuares a tua missão na fraternidade dos redimidos

pela tua Páscoa, Ascensão e Pentecostes.

Perdoa as vezes, em que pela desobediência e rebeldia,

nos tornamos células tumorais e enfraquecemos o teu Corpo.

Ensina-nos a usar os Meios de Comunicação Social

para revelarmos a verdade, comunicamos valores humanos,

alimentarmos a solidariedade e a paz, e sermos profecia da justiça.



sábado, maio 11, 2024

 

Sábado da 6ª semana da Páscoa

 



Priscila e Áquila, ouvindo-o falar, tomaram-no consigo e expuseram-lhe com maior exatidão o caminho do Senhor. (cf. At 18,23-28)

 

Jesus é o Filho de Deus feito homem,

o Messias anunciado e esperado,

que nos salva dando a vida por nós,

que merecíamos o castigo pelos nossos pecados.

Conhecer bem a Bíblia é fundamental para conhecer Jesus,

mas a fé em Jesus não o resultado de argumentos bíblicos,

é antes um encontro com Jesus e um seguimento confiante

como caminho de vida que nos conduz à meta da eternidade.

E neste caminho ainda temos muito que caminhar,

ainda há muito que aprender na arte de amar incondicionalmente

e na alegria de confiar na Voz do Espírito que nos anima a ser missão.

 

A superficialidade em que nos habituamos a viver,

não aguenta o silêncio das dúvidas e tentações de fuga;

assim como a velocidade em que procuramos a recompensa

não tolera o silêncio na oração nem a espera da satisfação do pedido.

Para isto, basta a catequese de infância diluída na tempo,

e acha-se perda de tempo a catequese de adultos

e a formação permanente da fé, da liturgia e da ética do caminho.

Com a agravante que aprofundar a fé incomoda o egoísmo,

põe em causa o individualismo e a indiferença ao outro

e interpela-nos à mudança e conversão nas relações sociais.

E depois é o medo de perder a liberdade

de fazer o que quero sem problemas de consciência,

e de me submeter ao querer de Deus

que não se contenta com umas coisinhas e ritos esparsos!

 

Senhor Jesus, reconheço que só Tu podes trazer a paz e fraternidade,

pois a receita do poder e da violência só traz o medo e a morte.

Senhor, é bom conhecer a Palavra de Deus,

pois é um tesouro escondido que preciso de abrir e conhecer mais,

mas reconheço que melhor ainda é viver esta Palavra

com a mesma alegria, radicalidade e confiança

com que Tu a viveste e o teu Espirito nos anima a vive-la.

Ensina-nos a ser como Priscila e Áquila a ajudar outros

a conhecer melhor quem é Jesus e como se vive no dia a dia.

Faz de nós servos da Palavra de Deus e colaboradores da tua missão.



sexta-feira, maio 10, 2024

 

6ª feira da 6ª semana da Páscoa, S. João de Ávila

 



Certa noite o Senhor disse-lhe numa visão: «Não 

temas, continua a falar, que Eu estou contigo». (cf. At 18,9-18)

 

A encarnação é uma longa e silenciosa gravidez

de um mundo novo, de um caminho de salvação.

Como uma gravidez, o nascimento supõe as dores de parto,

a morte de um estado de vida,

para que possa nascer uma nova vida: a ressurreição.

A missão é também semear com sofrimento

para, a seu devido tempo, se poder colher com alegria.

É a confiança que ilumina e aquece Paulo em Corinto,

quando, durante a noite, vê o Senhor a anima-lo a evangelizar.

 

A evangelização é sempre começar algo novo,

fecundar corações com o sémen da Palavra

e acompanhar esta gravidez de fé para que possa renascer em Cristo.

Às vezes, encontros fortuitos são suficientes para fecundar alguém,

mas a maioria das vezes supõe uma longa amizade,

um semear abundante e regular,

um envolver-se com uma grande cumplicidade,

para que o novo ser possa nascer, apesar do sofrimento.

Fazemos isso numa gravidez normal, mas já nos custa mais

faze-lo na missão, na catequese e na pastoral.

Achamos que basta uma hora semanal de catequese,

um evento grandioso programado, a missa dominical,

um curso de preparação para o Batismo ou matrimónio…

 

Senhor, obrigado porque me fecundaste com a tua Palavra

e me fizeste nascer de novo pelo Batismo.

Obrigado pela família onde bebi a fé como pão de cada dia.

Obrigado pelas catequistas e professora primária

que me ensinaram a procurar-Te e alimentar pela oração e liturgia.

Obrigado pelos missionários do Verbo Divino

que me ajudaram a passar a crise da adolescência

e me entusiasmaram a acolher o chamamento a ser missionário.

Obrigado pelas comunidades onde já passei como evangelizador

e fiz a experiência de ser evangelizado, acolhido e amado.

Obrigado pelos desafios que me fazes cada dia

a ser criativo e comprometido com a missão que me envias.

S. João de Ávila, reza pela nossa conversão e missão.



quinta-feira, maio 09, 2024

 

5ª feira da 6ª semana da Páscoa

 



Muitos coríntios que ouviam a palavra de Paulo 

abraçavam também a fé e recebiam o Batismo. (cf. At 18,1-8)

 

Jesus continua a falar por meio dos seus discípulos,

e o Espírito Santo continua a abrir o coração à fé

tanto judeus como não judeus, recebendo o Batismo

e crescendo a Igreja, como Corpo de Cristo vivo e em missão.

O mistério pascal de Jesus vai-se atualizando cada dia

e em cada lugar onde a fé se faz testemunho e palavra.

A alegria da fé, que nos faz ver diferente e com esperança,

mistura-se com a tristeza das dificuldades e perseguições

que todo aquele que procura a verdade enfrenta.

 

Ontem como hoje a evangelização enfrenta muitas dificuldades.

O campo onde se semeia o Evangelho está em baldio.

Deixa-se crescer tudo, não se retiram as pedras,

nem se mondam as ervas daninhas,

e, por isso, quando alguma semente boa é semeada,

não ganha raízes profundas e dificilmente chega a dar fruto.

É uma pastoral de eventos sem continuidade,

que durante uns tempos de preparação e execução

empenham muitos recursos e atingem algum entusiasmo,

mas que muitos não chegam a ganhar raízes nem a dar frutos!

 

Senhor Jesus, louvado sejas porque a tua missão continua

e ainda não Te cansaste de salvar a humanidade pecadora.

Espírito Santo, ajuda-nos a colaborar na missão de Jesus,

entregando-nos com persistência e com paciência

ao trabalho lento de preparar e semear,

de acompanhar e de cuidar aqueles que se abriram à fé e ao Batismo.

Liberta-nos da pastoral que se limita a cumprir calendário

e a fazer eventos, para dizer que está a fazer alguma coisa.

Faz de nós uma Igreja profética e missionária,

sempre disponível para recomeçar de novo

e de permanecer até que a fé ganhe raízes e se torne missionária.



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